O peeling químico consiste na aplicação de determinadas substâncias químicas capazes de provocar reações que vão desde uma leve descamação até necrose da derme, com remoção da pele em diferentes graus. Isso significa que haverá descamação e troca de pele.
Quando bem indicado, o peeling pode promover resultados excepcionais, principalmente no fotoenvelhecimento. Este procedimento é realizado, preferencialmente, no pré-operatório, para que o resultado final seja potencializado pela cirurgia sem haver prejuízo na recuperação da pele.
Os peelings são indicados no tratamento de algumas alterações da pele, como manchas de fotoenvelhecimento, melasma, acne (evita formação de comedões e melhora as cicatrizes) e envelhecimento cutâneo (renova as células, melhorando flacidez e rugas).
Os peelings químicos também podem ser aplicados em outras áreas do corpo, como pescoço, colo, braços e mãos, respeitando as restrições e características de cada área. É importante lembrar que a pele das áreas do corpo citadas apresenta maior dificuldade na cicatrização e podem ocorrer mais complicações.
Os peelings são classificados, conforme a sua capacidade de penetração, em superficiais, médios e profundos. Esse critério, porém, não é absoluto. O mesmo agente e concentração podem agir de forma superficial para uma pele grossa, sem preparo, e de forma média para uma pele mais fina, muito preparada.
Peeling Superficial
Age na epiderme, camada mais superficial da pele. Não apresenta grandes problemas após sua aplicação e pode ser realizado com as seguintes substâncias:
Ácido retinoico (3 a 5%): retinoide, derivado da vitamina A, causa proliferação epidérmica e neocalagênese. Tem aspecto amarelado, sua aplicação deve ser homogênea em todo o rosto e permanecer por 6 a 12 horas, quando deve ser lavado.
Ácido glicólico: alfa hidroxiácido utilizado na concentração de 40 a 70%, com efeito epidermolítico. É tempo variado, devendo permanecer na face em média por 5 minutos. Após esse tempo, deve ser neutralizado com água ou substâncias como bicarbonato de sódio e, em seguida, lavado.
Ácido tricloroacético: peeling superficial 10 a 30%; médio 30 a 40%; profundo 50%. É o agente mais utilizado para peelings e pode ser usado em associação com outros agentes. Após sua aplicação, ocorre um “frost” (branqueamento) da face, devido à coagulação intensa das proteínas e, quanto mais intenso, maior a penetração. Não precisa ser neutralizado, mas devem ser feitas compressas calmantes durante o procedimento, a fim de aliviar o ardor. Após o peeling, forma-se uma crosta aderente que se solta em média após uma semana.
Ácido salicílico (20 a 30%): agente queratolítico, com aspecto claro transparente e homogêneo. Provoca um ardor intenso nos primeiros 2-3 minutos da aplicação, que corresponde à precipitação, a dor diminui e não é neutralizado, devendo ser lavado. Pode ser realizado semanalmente, e é especialmente indicado para peles oleosas e acneicas. Não deve ser realizado em pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico.
Solução de Jessner: solução alcoólica que mistura um alfa-hidroxiácido (ácido lático), resorcinol (derivado do fenol) e ácido salicílico. Apresenta coloração clara, com cheiro característico. Sua aplicação provoca discreto avermelhado e ardor, e com várias passadas o eritema torna-se intenso, podendo chegar a um “frost” verdadeiro. Proporciona leve descamação nos dias subsequentes ao peeling. Também devem ser evitados pelos alérgicos ao ácido acetilsalicílico.
Pasta de resorcina: é um produto usualmente manipulado que apresenta resorcina (derivado de fenol) como principal ativo. Tem consistência pastosa com presença de grânulos e coloração de areia. O produto é aplicado com espátula, de forma homogênea, em todo o rosto, devendo permanecer por 5 a 20 minutos. Pode ocorrer um leve ardor e sensação de formigamento, quando então a pasta deve ser retirada e o rosto lavado. Posteriormente, a face poderá apresentar um discreto eritema e leve descamação.
Peeling Médio
Provoca destruição dos tecidos, removendo parcial ou totalmente a epiderme, atingindo o nível da derme papilar. Apresenta poucos riscos e complicações, podendo ser realizado com os seguintes ativos:
Peeling Profundo
Destrói totalmente a epiderme e a sua profundidade atinge o nível da derme reticular. Apresenta riscos maiores de complicações, como hipocromias, hipercromias e cicatrizes. Podem ser realizados com:
A correta indicação é o aspecto mais importante na realização do peeling químico e cabe ao médico, com sua experiência, analisar o tipo de pele, o tipo de lesão e definir qual procedimento será indicado.
O paciente, por sua vez, deve entender o processo, conhecer seus passos, limitações, tempo de recuperação e ter uma expectativa real quanto aos resultados esperados.
Os pacientes de pele mais clara são os que apresentam menores riscos de hiperpigmentação ou hipopigmentação. Os pacientes de pele morena também podem ser submetidos ao procedimento, porém o preparo da pele deve ser mais longo e com maiores cuidados pós-tratamento.
Peeling Biológico
Indicações:
Peeling controlado e seguro que pode ter intensidade desde muito suave até superficial moderado. Sua formulação permite aplicação em todos os fototipos e uma variação muito grande de protocolos. Ideal para peles masculinas e para procedimentos de verão. Peeling versátil que associa Azeloglicina, AHAs, Grânulos Vegetais, Óleos Essenciais e Pumpkin Enzime.
Peeling de Vinho
A importância do vinho na saúde começou a se evidenciar através de estudos epidemiológicos que demonstraram que o uso diário moderado de vinho reduzia a mortalidade de forma significativa. Vários pesquisadores mostraram que este efeito benéfico relacionava-se com substâncias tipo polifenólicas, dentre eles as procianidinas, também denominadas OPC. Demonstrou a sua importância na síntese do colágeno e na inibição de enzimas redutoras de colágeno e elastina, existentes na derme. Estudos posteriores demonstraram que o OPC é um antioxidante celular completo, inibindo ao nível da pele diferentes tipos de radicais livres. O OPC também inativa as enzimas que degradam a vitamina C, e, com isto, hoje ele é considerado um protetor da ação antioxidante da vitamina C. Uma vez aplicado na pele, o OPC melhora a resistência dos capilares e promove aumento da nutrição dos tecidos. Experimentos em humanos demonstraram ainda ser o OPC um extraordinário protetor celular contra as radiações UVA e UVB. Estudos provaram que produtos vinoterápicos também proporcionam maciez, luminosidade e aumento da tonicidade da pele.
Indicações:
Prevenção dos sinais do tempo ou tratamento pelo vinho. Peeling químico rico em AHA e polifenóis do vinho tinto, cristais de tártaro obtidos através de um processo fermentativo do vinho branco e OPC com importante ação antioxidante e antiaging.